- Reseñas e achegas biográficas
- Díaz Castro no Seminario de Mondoñedo
- Díaz Castro, traductor
- Palabras de Díaz Castro, no seu recital de poesía en Guitiríz e outros textos
- Comentarios e achegas ó seu libro Nimbos
- O enterro
- Relación de Díaz Castro con outros escritores
- Poemas dedicados a Díaz Castro
- Díaz Castro nas artes plásticas
- Banda deseñada da vida de Díaz Castro
 

       

Anton Santamarinha Delgado

 

                                                                   para Díaz Castro

                                                                   poeta.

 

Quiça a experiência amamentada

minuto a minuto

nos faga velhos a quem dobramos em idade

aos moços que nos perseguem

quiçá a experiência amamentada

hora a hora

cinja os nossos olhos com belida opaca

para nom vermos o estrondo do branco

esnaquizado em cores

quiçá a experiência amamentada

dia a dia

escamotee dos nossos sentidos o fasto

da cromaticidade

na escura realidade da Galiza

escrava

desprezada

assassinada polos de fora

em complicidade connosco mesmos

dia a dia

hora a hora

minuto a minuto

quiçá por isso nom poda eu cantar-lhe

á flor

cantar-lhe á mulher envolta em teas

trasparente de veos ou espida

entre lenços de luzes e penumbras

e a flor medrar hà com nome alheo

para ornar a tumba da Pátria

e a mulher erotizar há em fala extraña

mentres na nossa mutante Terra

jamais voltará a saber-se

a nacionalidade do poeta.

 

                                 Anton Santamarinha Delgado