para Díaz Castro
poeta.
Quiça a experiência amamentada
minuto a minuto
nos faga velhos a quem dobramos em idade
aos moços que nos perseguem
quiçá a experiência amamentada
hora a hora
cinja os nossos olhos com belida opaca
para nom vermos o estrondo do branco
esnaquizado em cores
quiçá a experiência amamentada
dia a dia
escamotee dos nossos sentidos o fasto
da cromaticidade
na escura realidade da Galiza
escrava
desprezada
assassinada polos de fora
em complicidade connosco mesmos
dia a dia
hora a hora
minuto a minuto
quiçá por isso nom poda eu cantar-lhe
á flor
cantar-lhe á mulher envolta em teas
trasparente de veos ou espida
entre lenços de luzes e penumbras
e a flor medrar hà com nome alheo
para ornar a tumba da Pátria
e a mulher erotizar há em fala extraña
mentres na nossa mutante Terra
jamais voltará a saber-se
a nacionalidade do poeta.
Anton Santamarinha Delgado |